Conquistando as alturas em um balão
Por volta de 1860, o meteorologista britânico James Glaisher efetuou uma série de subidas em um balão a pedido da Associação Britânica, para explorar a estratosfera. No dia 5 de setembro de 1862, em companhia do piloto Henry Coxwell, atingiu os 8.840m – quase a altura do Everest. Mas o balão continuou a subir, até Glaisher ficar inconsciente devido à rarefação de oxigênio.
Coxwell estava tão fraco que só conseguiu fazer o balão descer abrindo a válvula de controle com os dentes. Os dois aeronautas estimaram depois a altura máxima que atingiram em 11.300m, o que na época era com certeza a maior altitude a que um homem havia chegado.
Este recorde foi ultrapassado em 1931, quando um físico suíço, o professor Auguste Piccard, subiu a 16.200m num balão com cabine selada – a primeira a ser usada em vôo. O atual recorde de elevação em balão pertence ao capitão Malcolm D. Ross e ao capitão Victor Prather, da marinha norte-americana, que subiram a 34.668m sobre o golfo do México, em 1961.
FILME “OS AERONAUTAS”
“Os Aeronautas” foi, certamente, um dos filmes mais interessantes que já passou. O filme foi inspirado nessa história real do vôo de balão realizado em 5 de setembro de 1862, com os pesquisadores James Glaisher e Henry Coxwell. Esta aventura pioneira foi recontada no livro “Falling upwards: How we took the air – Caindo para cima como conquistamos a atmosfera”, do escritor Richard Holmes.
O livro saiu nos Estados Unidos em 2013 e teve os direitos para o cinema comprados pela Amazon Studios. Todavia, o roteiro de Jack Thorne mudou bastante os fatos. James Glaisher, o cientista retratado no filme, não era um jovem na época em que subiu no balão, ele tinha 53 anos. Além de transformar Glaisher em um jovem, o roteiro elimina seu colega de expedição, Henry Coxwell e o substitui pelo personagem fictício da Amelia Rennes. Que é inspirado em algumas mulheres balonistas do século XIX, como Sophie Bianchard e Margaret Graham.
Fonte: Willian D’Ângelo
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