O amor impossível de Germano, irmão de Fio Maravilha, com a condessa italiana

Nascido em março de 1942, José Germano de Sales, o Germano, natural de Conselheiro Pena, interior de Minas Gerais, viajou ao Rio de Janeiro e, aos 16 anos, ingressou às categorias de base do Flamengo-RJ, em 1958. Rápido, driblador e dono de ótimo arremate, destacou-se na Gávea e não demorou para chegar aos profissionais. No time principal, ele tinha a ingrata tarefa de disputar posição com o baixinho Babá, titular absoluto da ponta canhota. Adaptado ao clube, Germano arranjou uma vaga para seu irmão mais novo, Fio Maravilha, na Gávea. Outro irmão da dupla, o ponta de lança Michila, também defendeu as cores da equipe rubro-negra.

Germano foi ponteiro-esquerdo do Flamengo (de 58 a 62), do Milan (62 a 64) e do Palmeiras (em 65 e 66). Muito gordo, morreu de infarto aos 55 anos, em 1º de outubro de 1997, em sua cidade natal, Conselheiro Pena, no interior mineiro, onde era fazendeiro. Lá vivia com a esposa do segundo casamento, dona Bernardina Ilida Ferreira, e mais dois filhos.

Aos 16 anos, começou no juvenil do time da Gávea, ao lado do meio-campo Gérson, o “Canhotinha de Ouro?, e tão logo subiu para o profissional como titular da ponta-esquerda. Em sua passagem pelo Flamengo, de 1959 a 1962, foram 85 jogos (48 vitórias, 19 empates, 18 derrotas) 16 gols marcados, segundo números do “Almanaque do Flamengo”, de Clóvis Martins e Roberto Assaf.

Pelas boas atuações, chegou a fazer parte da lista prévia de convocação da Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1962, no Chile, e sagrou-se bicampeã mundial na ocasião. Treinou ao lado de Garrincha, Pelé e disputou posição com Zagallo e Pepe, mas acabou dispensado da equipe canarinho pelo técnico Aymoré Moreira. Jogou 11 partidas no total pelo time Canarinho. Antes disso, ele foi medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 1959, com a seleção olímpica.

Após fazer sucesso no Rubro-Negro, Germano foi vendido para o Milan, numa das maiores transações da época. Nos gramados da Itália, o ponta ganhou bastante notoriedade não pela habilidade com a bola, mas pelo seu primeiro casamento com a condessa Giovana Augusta, herdeira de uma poderosa e tradicional família daquele país. Ela nunca tinha visto um negro antes.

O enlace ganhou destaque da imprensa internacional e se deu a contragosto dos parentes da noiva. O motivo, dizem as más línguas, foi por puro racismo.

O casal, no entanto, teve uma filha, que se chama Giovana Clara Maria Germano (Lulu) e reside atualmente em Los Angeles, Estados Unidos.
Por pressão dos influentes familiares da condessa, Germano deixou o clube milanês e foi emprestado na marra para o Palmeiras, em 65 e 66. No Palestra, Germano ganhou o Rio-São Paulo e integrou o célebre Palmeiras CBD, que, no dia 7 de setembro de 1965, goleou a Seleção do Uruguai por 3 a 0, no Mineirão. Ele fez um dos três gols do timaço da Academia.

No Palmeiras, Germano atuou em 38 partidas (21 vitórias, 9 empates, 8 derrotas) e marcou apenas seis gols (números do “Almanaque do Palmeiras”, de Celso Unzelte e Mário Sérgio Venditti).

Depois, voltou à Europa para defender o Standard de Liêge, da Bélgica, de 66 a 70. Foi campeão da Copa dos Campeões (63) pelo Milan, e da Bélgica duas vezes (66/67) pelo Standard.

Portal Willian D’Ângelo

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