Um volante clássico chamado Clodoaldo
Clodoaldo Tavares Santana nasceu no dia 25 de setembro de 1949, em Aracaju (SE), era um volante clássico, que marcava com eficiência, mas que também participava das jogadas de ataque com um nível de criatividade incomum aos jogadores atuais da posição. Ele defendeu apenas as cores do Santos-SP (1966-1978) e Seleção Brasileira (1969-1974).
Zito, uma das figuras centrais do esquadrão que ganhou todos os títulos imagináveis no início da década, era o proprietário da camisa 5 do Peixe. Quando deixou o clube santista, em 1968, Zito sabia que seu sucessor não o decepcionaria.
Clodoaldo assumiu seu lugar no meio de campo do time, mostrando a compostura de que parecia ser muito mais experiente. Foi tricampeão paulista (1967-1969) e chegou à seleção.
Na Copa do México, titular com apenas 20 anos, teve três momentos marcantes. O primeiro foi o gol de empate contra o Uruguai, nas semifinais.
O Brasil perdia por 1 a 0 e lidava com a ressurreição dos fantasmas de 1950. No final do primeiro tempo, Clodoaldo deu um passe lateral para Tostão, na ponta esquerda, e correu para a área. A perfeita devolução de Tostão, de curva, encontrou o volante entre os zagueiros. Com um toque de pé direito, Clodoaldo empatou o jogo e tranquilizou o time brasileiro, que acabou vencendo por 3 a 1.
Os outros dois momentos aconteceram na decisão contra a Itália. Pelé tinha marcado o primeiro gol do Brasil, numa linda cabeçada. Clodoaldo fez uma jogada arriscada no campo de defesa e tentou um passe de calcanhar. Boninsegna interceptou a bola, fintou Piazza, ganhou uma dividida com Brito e Félix e empatou o jogo aos 35 minutos do primeiro tempo.
O erro perturbou Clodoaldo até aos 21 minutos da etapa final, quando Gérson fez 2 a 1. Após o terceiro gol brasileiro, de Jairzinho, e com a vitória e o título garantidos, Clodoaldo redimiu-se com uma jogada de efeito bem-sucedida, começando a jogada que terminou com o golaço de Carlos Alberto Torres.
Pela seleção brasileira, segundo números do livro “Seleção Brasileira 90 anos”, de Antônio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, Clodoaldo fez 51 jogos (39 vitórias, 10 empates, duas derrotas) e marcou três gols.
Os últimos títulos de seu currículo foram os Campeonatos Paulistas de 1973 e 1978, conquistados pelo Santos.
Fonte: Willian D’Ângelo
Foto: Revista Manchete
